25 de dez. de 2002
A Tuka fez um post de Natal?
Não, não é beeeem assim caros leitores. Não gosto de Natal nem da euforia hipócrita que é causada por esta data. Não gosto daqueles tumultos feitos para comprar presentinhos e lembrancinhas que ninguém vai usar nunca. Não gosto de reuniões familiares onde a maioria fala mal um dos outros pelas costas. Não gosto da falsidade gratuita e desmedida de muitos daqueles que nos desejam feliz Natal. Não acredito em Papai Noel.
"A Tuka está tããão amarga!" Isso é o que vocês devem estar pensando. Mas não, não estou. Apesar da grande maioria daqueles que vem a esta Casa, achar que deste lado do computador aqui habita uma menininha "cor-de-rosa e fofinha" que adora todo e qualquer tipo de comemoração (mesmo que sem sentido), vou decepcioná-los dizendo que nem tudo é o que pode parecer.
A Tuka não gosta mesmo de Natal e ontem não ganhou presentes nem os deu. À meia-noite, ela já estava dormindo, embora tenha sido violentamente acordada por vizinhos santistas (que ainda estão no ritmo do campeonato brasileiro) e seus fogos de artifícios barulhentos - o que fez com que o seu cãozinho Nico ficasse assustado e sua dona muito brava. Não ceou em volta de uma mesa farta e cheia de coisas que engordam: comeu um macarrãozinho com queijo lá pelas 21h00 e já ficou bem contente - por isso não vai ter que passar dias e dias de dieta tentando perder o que engordou, e isso é muito bom. Não recebeu nem deu telefonemas de confraternização, por que seus amigos sabem que ela não se importa com isso, e que ela torce por eles o ano todo já que felicidade não é algo que se resuma a um só dia do ano. Não ouviu músiquinhas que falam de como é importante este dia - embora goste demais de um dos "hinos" desta data que foi incansavelmente tocado em todas as estações de rádio por estes dias: My sweet Lord, de George Harrison - duvido muito que ele tenha tido esta intenção quando a compôs. Não ficou deprimida pensando no sentido da vida e nas pessoas que não estiveram com ela - sabiam que o Natal é um recordista em número de suicídios pelo mundo? Pois é, ela não se matou de tristeza - talvez decepcionando vários dos leitores indignados que estão lendo este post.
O Natal da Tuka foi um dia comum. Um dia em que ela acordou e quis estar perto de quem ama como todos os outros. Um dia em que falou ao telefone com pessoas a quem considera demais, como ontem e antes de ontem. Um dia em que brincou com o sobrinho que está com ela agora. Um dia em que alugou seis filmes sem frescurinhas nem "papais noéis" para assistir com a mana. Um dia em que se olhou no espelho e decidiu que precisa emagrecer. Um dia em que seu pai perguntou onde ela vai passar o final do ano. Um dia em que ela ouviu músicas que gosta e que ouviu uma pessoa que ama cantar para ela. Um dia comum.
E neste dia comum eu desejo que todos sejam felizes por todos os seus dias. Enfim, feliz Natal, feliz amanhã, feliz depois de manhã, feliz Carnaval, feliz aniversário, feliz desaniversário, feliz cada momento. Como diria aquela musica velha: "Alegria agora, agora e amanhã... Alegria agora e depois, e depois, e depois de amanhã".
Postado por Tuka
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