Porque se eu quisesse ir a um cinema, jantar fora, assistir à TV, cozinhar, passear, eu tinha alguns amigos, mas preferia fazer tudo isso com o San, seria o primeiro a quem ligar sempre. E se alguém me perguntasse, com quem você quer trepar hoje à noite, é só escolher, eu diria: com o San. E quem você quer ficar namorando no sofá, olhando as paredes e o teto, para quem quer contar sua vida? San. E para quem você pede conselhos? Para San. Qual é o sorriso capaz de apagar um eventual mau humor? O de San. E quem você adora ver quando acorda? San. Com quem você gostaria de ficar dois meses viajando? Com San. Com que você fode sem cansar, sem descansar? Com San. E nos braços de quem você dorme com a paz de uma criança? Nos dele. Por isso me casei.

Acabei de ler o novo livro de Marcelo Rubens Paiva: "Malu de Bicicleta"*(de 2003). Este texto aí em cima faz parte dele. Claro, todos os "Sans" devem ser devidamente trocados por "Malus". Marcelo ficou 8 anos sem publicar nada... Desta vez, como se nem tivesse ficado tanto tempo longe da literatura, volta com um livro simples e direto que conta a história de Luiz e Malu. Quem conhece a maneira de Marcelo de escrever, sabe que seus romances, nem de perto são singelos e delicados. Ele ousa, extrapola, xinga, grita. Adoro. Ele não gosta de clichês.

Quem gosta de ler, devore todos este aqui sem medo: Feliz ano velho (1982, Prêmio Jabuti), Blecaute (1986), Ua:brari (1990), Bala na Agulha (1992) e Não És Tu, Brasil (1996). Publicou também o livro de crônicas As Fêmeas (1994).