
Amigos de verdade são presentes. Eu tenho poucos, é verdade, mas tenho os melhores, os mais especiais e insubstituíveis amigos que alguém pode desejar.
Neste fim de semana tive a alegria de ter minha "top friend" comigo aqui em São Paulo. E foi tão maravilhoso tê-la perto que fiquei com vontade de trancá-la no meu apartamento e dizer que não a deixaria ir embora nunca mais.
A Cris ocupa o posto de melhor amiga há duas décadas e não sairá da pole position nesta vida (pelo menos). Como ela mesma diz: "não existe como termos mais de um melhor amigo por vida, não dá tempo de contar tudo". Ela tem razão.
Foi com ela que brinquei de Barbie, que dancei os passos das músicas ridículas da Xuxa, que assisti os filmes da Sessão da Tarde, que fui junto para o colégio, que segurei a mão para atravessar a rua. Foi com ela que troquei confissões escabrosas, foi quem ouviu e contou segredos, medos, dúvidas, foi a única de quem quis estar perto em tantos momentos da minha vida. Fomos nós que amparamos as lágrimas uma da outra em tantos momentos. E também fomos nós que dividimos as mais deliciosas gargalhadas. A Cris foi e é parte do que eu tenho de melhor. É uma irmã que escolhi.
Nasceu no mesmo dia que eu e aparentemente não temos nada em comum. Ela tem cabelos lisos e perfeitos, os meus são curtos e enrolados. Ela é linda, eu sou estranha. Ela é magra e eu vivo brigando com a balança. Ela gosta de Shakira, eu tiro sarro da cara dela. Ela usa roupas de moça comportada, e eu coisas que nem em sonho ela vestiria. Ela usa batom, eu, gloss. Ela pinta as unhas com "misturinha", eu uso pink ou azul. Ela usa botas de bico fino, eu uso coturnos. Ela não gosta de saias curtas, eu adoro. Ela jamais faria uma tatuagem, eu tenho seis. Ela tem pavor de piercings, eu tenho dois. Ela lê livros técnicos, eu gosto de coisas melosas e romances bobos. Ela não entende nada de cinema, eu sou fanática. Ela vai a academia todos os dias, eu tenho sono só de pensar em malhar. Ela é a filha mais velha, eu sou a caçula. Ela fala espanhol, eu, inglês. Ela gosta de preto, eu gosto de rosa. Ela se preocupa com o que outros pensam dela, eu não estou nem aí. Ela é a filha que toda mãe queria ter, eu sou a ovelha negra. Ela é o que as pessoas chamam de boa menina, eu sou o que as pessoas chamam de esquisita. Ela é Yin, eu Yang.
Ela é a "Cri", eu a "Tu". Mais diferentes impossível. No entanto ninguém me entende melhor do que ela, e ninguém a entende melhor do que eu.
Igual a você, amiga, não existe.