Casa da Tuka
 

21 de set. de 2005

Diga-me em quais comunidades participa no Orkut e te direi quem és

A vida de muita gente pode ser dividida entre antes do Orkut e depois do Orkut. Eu sei que vocês aí desse lado devem estar me taxando de louca. Mas não sou e explico.

Se antes vivíamos com a nostalgia gostosa e saudável de nos perguntarmos "por onde andará jãozinho que estudou comigo?", "será que a betinha casou?", "aquela cretina da Isis continua putona?" - hoje basta clicar em pesquisar, escrever o nome completo da pessoa e voilà! Surge um universo paralelo cheio de pessoas que jamais veríamos novamente, nem tampouco teríamos notícias caso não fossem as maravilhas orkutianas.

Isso, assim como tudo, tem o lado bom e o ruim. O bom é que eventualmente podemos encontrar pessoas que fariam alguma diferença em nossas vidas se as achássemos novamente. Já o lado ruim é maior, por isso dividirei em tópicos. Ei-los:

- O cretino do seu primeiro namorado, de quem você não queria nunca mais ouvir falar aparece no seu scrap te perguntando se você continua gostosa mesmo ou se as fotos são truques de photoshop.

- A infeliz que estudou com você por quatro anos na faculdade e jamais te deu um mero oi, dia desses te adiciona como amiga. Isso faz com que se pergunte: ela está sendo querida ou quer apenas somar "amiguinhos" pra dar uma de boa?

- Você não se agüenta de tanta curiosidade e vive fuçando o Orkut daquele namorado que não consegue esquecer. Olha foto por foto, checa o status do relacionamento e um belo dia algo está diferente. O simples "namorando" mudou para "CASADO". Naturalmente irá tentar se matar jogando-se do sofá e tomando um litro inteiro de milk shake do Bobs.

- Você começa a achar que sua vida não é tão completa se passou um dia inteiro sem um único scrap. Ninguém te ama, ninguém te quer, como você é infeliz.

- Você investiga a vida da piranhuda do seu prédio e fala mal dela baseando-se nas comunidade de gosto duvidoso que participa, como "Sou gostosa mermo", "Gosto de quem me pega com jeito" e "Vem que eu tô facim".

Pergunto-me: será o Orkut uma versão moderna da caixa de Pandora em que apenas mexemos com o que está quieto? Será que no lugar do presente dado a Epimeteu em que todos os males do mundo foram espalhados, o Orkut é algo que também viveríamos melhor sem? Viveríamos bem sem saber da vida de certas pessoas? Pouparíamos situações desconcertantes? Não perderíamos tempo procurando quem não nos faz falta? Não seríamos achados por pessoas que não queremos nem ver pintados de ouro?

Orkut é algo além de questões sociais, isso ninguém pode falar contra - o site é bem democrático. Tanto o é que do mesmo jeito que você pode encontrar sua empregada encontra também seu médico. Fabuloso.

Quanto às comunidades, reparem que existem pessoas que se esforçam para parecerem cool e estão em "Amantes de Sartre", "Mario Vargas Llosa", "Van Gogh". Mas muito cuidado, além dos truqueiros que querem se passar por inteligentes, existe quem realmente o seja. Mas como algo popular que é, comumente acharemos "Amo o Belo", "Adoro o Tom Cavalcanti", "Eu passo trote, e daí?", "Transo com meu chefe", "Já gostei da minha cunhada". Respeitemos? Respeitemos.

O orkut acabou com nossas lembranças deliciosas de como eram lindos os colegas de ginásio, como a loira com quem trabalhou há 10 anos era deslumbrante, como o tio daquela amiga era interessante. Ele nos deu uma tapa na cara confirmando que todos engordam, envelhecem, enfeiam e se tornam comuns.

Sim, existem realmente coisas que ficariam melhores na nostálgica lembrança de tempos atrás. Orkut só pode ser coisa do capeta - ponto final.

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Postado por Tuka *

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Desde 15 de janeiro de 2002 uma jornalista nonsense escreve desembestada no blog que chama carinhosamente de sua Casa.

Aqui têm besteiras demais, coisas inúteis demais, enfim, tudo o que nem precisava ser dito, muito menos escrito.

Obviamente, qualquer semelhança com a realidade é única e exclusivamente uma opção da autora.

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