7 de fev. de 2006
E o tal segredo da montanha...
Tenho assistido muitos filmes, algo que eu realmente adoro fazer. Domingo vi o tão comentado “O Segredo de Brokeback Mountain”. A obra de Ang Lee ganhou o Globo de Ouro de melhor filme na categoria drama e também outros três, incluindo o de melhor diretor, roteiro e música.
Ao que tudo indica o longa vai arrebatar o Oscar também já que lidera as indicações – foram oito no total: melhor filme, diretor, ator (Heath Ledger), ator coadjuvante (Jake Gyllenhaal), atriz coadjuvante (Michelle Williams), roteiro adaptado (Larry McMurtry e Diana Ossana), fotografia (Rodrigo Prieto) e trilha sonora (Gustavo Santaolalla).
O filme é bom. Só. Nada demais fora a fotografia fantástica. Uma simples história de amor que se fosse entre héteros passaria batido. Então me pergunto: por que tem que ser especial, extraordinário e considerado o melhor filme do ano só porque mostra uma história de amor? Por que mostra dois homens beijando na boca? Ah... Me recuso a acreditar que isso ainda choque alguém a ponto de achar que é preciso militar em prol da causa e que é por isso (e apenas por isso) que está se fazendo tanto fuá por causa desse filme (pois daí sim seria uma causa nobre).
Se for por causa nobre que se fale do filme, que falem até não agüentar mais que não há nada mais legal do que dois homens machos pra caramba que se amam e que se deitam juntos – assim como é o máximo duas mulheres que se amam e como também é maravilhoso um homem e uma mulher que se amam. Agora se for para se falar apenas em questão de qualidade, Brokeback é um filme apenas mediano: com uma história legalzinha e personagens até intrigantes, mas nada que possa ser considerado extraordinário.
Ok, o triste é exatamente o que me recuso a admitir: sim, duas pessoas do mesmo sexo juntas ainda chocam muita gente. Então tá: Brokeback deve até merecer o Oscar por estar dando a cara à tapa assim em tapete vermelho. Palmas.
Mas todo ano é a mesma coisa. Hollywood escolhe um tema e premia aqueles filmes que correspondem a esse mesmo tema. Teve o ano dos judeus, o ano dos negros, o ano dos arrasa-quarteirão, do cinema catástrofe, do épico, e por aí - já em 78 edições. Esse é o ano gay e Brokeback Montain, Capote e Transamerica estão aí para todos, inclusive para aqueles hipócritas que preferirem ir ver outra coisa no cinema - menos ver homem com homem.
Marcadores: Cinema, Cultura
Postado por Tuka
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