Ontem, voltando de uma comilança no Pizza Hut, eu,
ela e nossos respectivos maridos, travamos uma acalorada discussão a respeito de beleza. Tudo começou assim:
Ela:
Por que será que fulano* só se dá mal em relacionamentos?Eu:
Porque além de feio ele é chato.Ela:
Estranho logo você falar isso já que namorou com sicrano* que é feio que é o capeta.
Eu:
Ah! Mas sicrano* é uma pessoa maravilhosa!
(
*nomes omitidos por motivos óbvios)
Existem vários tipo de beleza:
- Psicológica – algo como gravidez psicológica, mas adaptado para o assunto em questão. É quando a pessoa não é bonita, todos sabem disso, menos ela. (Eu devo sofrer disso certas horas. Tem dias que me sinto a própria Gisele. Alguém avisa?).
- Modesta – a pessoa realmente é bonita, sabe disso como todos, mas pouco se importa. Vive por aí feliz, e, quando percebe olhares de admiração acha que as pessoas a consideram simpática.
- Esnobe – Também conhecido como pessoa “Bonitinha, mas ordinária”. Bonita sim, mas a pessoa é tão metida que só fala sobre isso e esquece que existe muito mais no mundo do que uma carinha “fotografável”.
Brincadeiras à parte: o tal sicrano* que motivou este post, não possuía nenhum desses tipos de beleza. Ele realmente pode ser considerado feio - bastante até. Mas acontece que pra mim ele era lindo por tudo o que significava. Se ainda fosse bonito seria melhor, óbvio. Também não sou boba nem louca. Mas já que não era, o fato de ser alguém cheio de qualidades era o suficiente.
Quando nos interessamos por alguém à primeira vista, o que chama atenção é um belo par de olhos, a boca carnuda ou o corpo escultural. Em um segundo momento, pelo menos para a maioria das pessoas sensatas, isso vira algo como um “acessório”: de nada adianta a beleza se não existirem afinidades.
Agora falando por mim: Eu jamais teria nada com alguém burro – mesmo que fosse Brad Pitt. Eu jamais teria nada com alguém sem conteúdo – mesmo que fosse Brad Pitt. Eu jamais teria nada com alguém chato – mesmo que fosse Brad Pitt. E eu jamais abdicaria de alguém com todas as qualidades que admiro em um homem apenas por ele ser feio (ou não ser Brad Pitt) – mesmo que eu fosse Angelina Jolie.
Eu não consigo olhar a beleza (externa) como se fosse tudo na vida. Caso contrário o mundo estaria perdido, e espécimes, como a mula do Vitor Fasano, reinariam absolutos. Ou quem é que não se lembra do mico daquela entrevista na Veja? Ele disse que aceitava algumas das idéias sobre eugenia defendida pelos nazistas e que teria um filho com Maitê Proença, porque eles eram bons exemplares de humanos.
É mole?
Só se esqueceu de que alguém que pensa uma coisa dessas e ainda tem coragem de dizer, só pode ser uma pessoa extremamente burra, e se for seguir esta lógica, é melhor que não gere descendentes, pois, mesmo que sejam bonitos, serão tão burros quanto.
E cá entre nós: de gente burra esse mundo está cheio. Não precisamos de mais top models, precisamos de pessoas inteligentes em prol da cura do câncer, da AIDS, de pesquisas significativas das células tronco, da solução para a fome e tantas outras coisas.
Agora é a vez de vocês, votem!
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