Casa da Tuka
 

14 de nov. de 2006

Casa da Tuka apresenta: a verdade por trás das histórias infantis

Capítulo 1 - Chapeuzinho Vermelho

Chapeuzinho Vermelho era uma menina bagunceira e mimada que chegava na casa da avó todo ano de férias e tocava o horror. A insuportável chamava os amigos e dançava as músicas da moda no último volume, acabando com o sossego da pobre velha. Ela tirava absolutamente tudo do lugar e insistentemente perguntava se herdaria todas as jóias. Clamava aos quatro cantos que quando aquela casa de campo (que floresta o caralho!) fosse sua, faria altas reformas e a deixaria moderna com todas as normas do feng shui. Dizia que a vó era ultrapassada e que não ter Internet nem TV a cabo era o cúmulo.

Sempre era assim, ano após ano, a menina chegava e lá ia pelo ralo toda a tranqüilidade de sua avó. Mas naquele ano dona, Eustáquia estava decidida que seria diferente. O que? Você pensava que a coitada não tinha nome? Você acreditava que ela se chamava mesmo vovozinha? Se você se chamasse Eustáquia, acredite, você também preferiria ser chamada de vovozinha.

A pobre senhora resolveu dizer à filha que não mandasse a neta neste ano, pois estava doente – poxa uma mentirinha de nada não faria mal a ninguém. Mas quando enfim ligou, foi informada que a munitamm já saíra de casa, ainda por cima com uma cesta de biscoitos que ela mesmo havia feito – aliás, dona Eustáquia preferia comer pedras àqueles biscoitos horríveis. O desespero começou a sufocar a velha. Não queria ter que agüentar Edna Emanuelle (prefere Chapeuzinho também né?) por um mês, não queria aquela capeta correndo e gritando por sua casinha tão arrumadinha e limpa, não queria ter seu armário revirado e suas roupas sendo classificadas de vintage por aquela adolescente chata. Queria paz, só isso.

Foi então que Jurandir, seu namorado apareceu. Ele era másculo, peludo e 20 anos mais jovem – um belo homem. Ela lhe contou todo seu drama e ele prontamente se ofereceu a ajudar. Mas antes, já que havia um certo tempo até que Edna Emanuelle chegasse, fizeram sexo selvagem. Dona Eustáquia o chamava de lobo nesses momentos. Ele preferia que fosse lobo mau. Foi então que surgiu essa história toda, imagina se um lobo de verdade iria falar, oras. Era o Jurandir! Mas sem que tivessem muito tempo para a farra que iniciaram, eis que toca a campainha. Caramba! Nem sexo uma pobre viúva podia fazer em paz!

- Béeeeeeeeeeeeeeeeeeee (campainha toca pela terceira vez).

Eustáquia e Jurandir, imóveis e peladões na cama, não sabem o que fazer.

- Vóoooooooooooooooo! Ô vóooooooooooooooooo! Abre aquiiiiiiiiiiiiiiiiii!

Eustáquia levanta, sai correndo para o banheiro e pede a Jurandir para que diga a Edna Emanuelle que ela saiu. Acontece que nem mal ele colocou uma roupa (a de Eustáquia mesmo, pois estava mais perto) para abrir a porta, foi surpreendido com a garota o olhando. Levou um susto e voltou para a cama – escondendo o corpo debaixo do edredom.

- Vovó, a senhora está tão diferente: por que esses olhos tão grandes?

Caceta, que raio de menina chata, pensou Jurandir antes de responder:

- Grandes, é? Ficaram assim com o susto que você me deu! Aliás, como foi que você entrou aqui, menina?

- A porta estava aperta, duhhh! E por que esse nariz tão grande?

- Você sabe que nossa família tem mesmo esse nariz de batata, Edna Emanuelle! Não tem espelho em casa não?

- E por que essas mãos tão grandes?

Jurandir já estava sem paciência:

- Olha aqui menina, eu estava dormindo e ainda não acordei direito. Você precisa mesmo fazer tantas perguntas?

- Por que essa boca tão grande, vó?

- Botox! Que saco! Botox! E que saber de uma coisa? Eu não sou sua vó, sou o Jurandir!

A menina, percebendo que o homem que estava ali acabara de “comer” a sua vó, começou a fazer um escândalo clamando aos quatro cantos o quão absurdo era uma velha daquelas tendo um caso com um homem mais jovem. Que ele só queria o seu dinheiro, que era ridículo aquilo de amor na terceira idade, que ela iria contar a toda família para que interditassem os diretos de dona Eustáquia até que aquele romance acabasse!

Em poucas horas advogados e familiares estavam ali, todos concordando com os motivos de Edna Emanuelle e dizendo que Jurandir queria mesmo dar o golpe do baú em dona Eustáquia.

Muito brava e lúcida a velha apareceu e por um instante se sentiu traída por todos, mas logo em seguida percebeu que havia encontrado, de uma vez por todas, uma maneira de nunca mais aquele bando de chacais, incluindo a neta pentelha, aparecer ali novamente: excluiu a todos de seu testamento e viveu feliz ao lado de Jurandir, seu lobo mau.

***
Chapeuzinho Vermelho (Edna Emanuelle) fez terapia durante anos, se casou, teve cinco filhos, leva uns tapas do marido de vez em quando e é dona de casa. Odeia todos os velhos e não fala mais com ninguém de sua família.

A vovozinha (Eustáquia Cristina) fez plásticas, renovou o guarda-roupas, vendeu a casa de campo e comprou um apartamento na praia. Depois de uns anos enjoou de Jurandir e começou um romance com Amilton Washington, 30 anos mais jovem que ela.

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Postado por Tuka *
Comments:
rsrs muito bom !!!!!!


bjus
 
kkkkkkkkkkkkkk Caraleo, muito mais divertido do que me contaram! kkkkkkkkkk

Tu é sem noção!

Beijos
 
Ahhh não! Isso não se faz!! (rs)

Não vou conseguir mas olhar para a Vovozinha!

Tuka .... anos acreditei nesta história, na VACA da Chapeuzinho!
Agora não sei quem é a pior ...VC ou ELA! rs

Ai meu Deus .... Natal esta aí ... como vou encar o BOM VELHINHO, será que tb tem coisa aí??? rs

Bjos é a primeira vez que ENTRO NA SUA CASA - ADOREI
Do seu fã!
 
Muuuuuuuito mais legal essa história!

Já pensou em investir seu talento em literatura infantil? Nem pense!!! rsrsrs As crianças vão ficar perversas muito antes do tempo! hehehe
 
hahahaha, faz bem mais sentido essa história!
Qnta ingenuidade minha acreditar nas histórias infantis... E aí, o que vc tem pros três porquinhos?
 
essa versão da história é muito mais engraçada e nem dá medo do lobo mau, kkkk! bjs
 
pow tuka.. nao vale ficar desmistificando a porra toda assim néam.. acaba com os sonhos infantis de príncipes e princesas da garotada pow.. mas nada melhor do q "caras/lobo-maus"!! chapauzinho vermelho versao 2007.. dá-lhe Dona Eustáquia!
Serei sua fã ade eterno!
E a Edna Emanuelle.. bem.. pensei que ela houvesse ficado com traumas de homem por causa do lobo mal lá.. e virado lésbica.. pior q ainda pariu 5 galeguinhos pra perturbar a mente deles!
+_+
Beijos
 
Tuka, muitoooooooooooooooooo mais divertida a sua versão. Muito bom! Adorei...
 
Karamba!
muito mais divertido do que os que contam por aí. Parabéns!
 
que Chapeuzinha essa da foto hein???

hummm
hahaha
 
Nossa Senhora dos Chapeuzinhos Encarnados...
isso sim é história pra ser contada, muito boa!!
linda noite flor
beijosssssssssss
 
Nossa Tukammm, qta criatividade! Rs
 
Ainda bem que Edna Emanuele perguntou ao lobo-Jurandir somente sobre olhos, narizes e bocas...
Vc é mesmo uma lady...
Bem criativo!
Bjos!!!!
 
Muito criativo, adorei!!fala sério, que Chapeuzinho mais pentelho, ninguém merece!!!Beijos!!!
 
kkkkkkkkkk...show de bola, Tuketes

beijos
 
amei...
:D
beijo lindona!
 
delirante, bjs
 
Adorei sua história. Recentemente lancei um livro onde reconto as histórias dos mitos brasileiros: saci, iara, caipora...
Apesar de ser uma literatura infantil, segui uma linha modernosa, que os críticos da minha familia e mais alguns chatos de plantão acharam MODERNO DEMAIS.
Enfim, eu gostei, assim como gostei da sua história e por mais que alguém diga que vc AVACALHOU, DETONOU OU ACABOU com a pobre Chapeuzinho, a sua ficou muito melhor...
Aliás: Conhece Chapeuzinho Amarelo do Chico Buarque???
 
Oieeee, tava fuçando o orkut e encontrei uma comunidade com o end. do teu blog..Meoooo, d+!
Vc escreve mto bem!auhsauasu
Mto boa a história da Edna Emanuelle!
SHow de bola!
Parabéns...



"Quando eu crescer, eu quero escreveh igual á vc!"
ehehheh

bjuuus-* Tuka
 
Adorei!!!

Já escrevi sobre a "Chapeuzinho Verde", ecologicamente correta... até quando, só Deus sabe.

Mas essa sua versão é mesmo muito melhor que a original!!!
 
Interessante! Ótima história, legal mesmo!
 
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Desde 15 de janeiro de 2002 uma jornalista nonsense escreve desembestada no blog que chama carinhosamente de sua Casa.

Aqui têm besteiras demais, coisas inúteis demais, enfim, tudo o que nem precisava ser dito, muito menos escrito.

Obviamente, qualquer semelhança com a realidade é única e exclusivamente uma opção da autora.

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