Casa da Tuka
 

2 de mai. de 2006

'Cause god knows it's not safe with anybody else

O telefone toca na noite de um feriado de segunda-feira. Do outro lado uma voz bem familiar, diz:

- Oi Tu, aqui é *****.

Deste, eu respondo surpresa, e, como todo bichinho feliz ao estar perto de alguém que ama, praticamente abano o rabo.

Do outro, a pessoa que está em outra cidade diz que está ligando para passar seu novo número de telefone.

Deste, eu saio correndo para pegar papel e caneta e anoto.

Do outro lado a pessoa começa a dar sinais do real motivo pelo qual está ligando:

- Estou puta com você, Tu! Eu não sou um ser abduzido, pós lobotomizado e alheio a tudo o que acontece ao meu redor!

Deste lado fico com cara de cu. Sei que ela está se referindo a este post aqui. Tento amenizar a situação dizendo que foi só uma questão de licença poética, que, apesar de estar falando dela (já que não tinha como negar), estou falando de maneira genérica também, pois todas as mulheres que ganham bebês priorizam este momento, que sua vida muda, que as novidades da maternidade ocupam a maior parte de suas horas, portanto é natural que o pensamento seja 99% voltado a cria. Ou disse isso tudo ou pelo menos falei algo parecido.

Não colou.

Do outro lado, ela, minha amiga, formada, licenciada, pós-doutorada, professora universitária, inteligentíssima, sensível e magoada comigo, diz:

- Mas que porra nenhuma de licença poética, Tu! Licença poética é válido só em ficção, aquilo lá é uma crônica! Eu falo com conhecimento de causa, eu entendo disso!

Deste lado, eu, pensando que esses teóricos têm mesmo mania de categorizar tudo, mas como não sou louca de contrariá-la, fico bem quieta e peço desculpas, fui mesmo brusca demais.

Do lado de lá, ela disfarça a brabeza e eu do lado de cá me sinto a pior das espécies viventes da face da Terra. Mania besta de achar que meus amigos me conhecem tanto a ponto de saber que o que eu escrevo é tudo besteira (ela me conhece na vida real há dez anos, não é coisa de blog não). Deus! Eles me levam a sério!

Então, deste lado, tento ficar lisonjeada. Afinal, ela é fodona, ela entende de literatura, entende de coisas da escrita e ainda por cima, apesar da minha falta de tato, do lado de lá, ela, com aquele jeito absurdo de ser ela, me diz:

- Tudo muito bem escrito por sinal, parabéns!

Do lado de cá? Eu, que além de muitas vezes insensata, estou longe de ser burra, corri me retratar. Afinal ela tem que saber que apesar de sua tentativa de convencimento para que eu ingresse na maternidade rapidamente eu a amo de qualquer jeito, que ela pode falar mil e quinhentas vezes das mesmas coisas que eu não me importo nem um pouco. Afinal, ela é ela. E se não fosse eu não estava nem aí.

OBS: Ponto para o marido futriqueiro que além do apoio moral a esposa, fez o serviço de delação completo lendo o post e avisando em seguida. Casal unido, minha gente! De quebra ganhei dois novos leitores assíduos que virão a esta Casa ao menos se certificar de que não falarei mais nenhuma besteira. Hohohohohohoho!

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Postado por Tuka *
Comments:
Ah, Tuka, em nossos relatos do dia-a-dia, sempre acabamos citando uma pessoa ou outra, direta ou indiretamente. Afinal, os relacionamentos (e também o que vemos e ouvimos) fazem parte do nosso cotidiano, do qual tiramos nossas experiências e opiniões.
Não se sinta mal, sua amiga vai compreender que você apenas utilizou seu comportamento como base para o desenvolvimento do texto - que, por sinal, é realmente muito bom.

Beijos, dona moça.
 
Por Deus! Mais cedo ou mais tarde....os blogs...dão pra cabeça!!!!!

*Medo*
 
Compre batom? Pensei que fosse para mim!(hahahaha)...Aí pensei: foda-se. Mas, brava mesmo eu fiquei com o texto: "com o que você vai se indignar hoje" (ou algo que o valha). Aquele foi um tapa na minha cara. Rsrsrs.
Túúúúú........ te amamos!
E levamos sim a sério o que vc escreve!
Bjos!!!!
 
E tem gente que nos leva a sério.... kkkk

Beijos
 
Acho que aquilo foi apenas um desabafo, e eu te entendo. De qq maneira, foi uma bonita forma de pedir desculpas.

bjks
 
quem é q não fala demais de vez em quando?
quem é que não pisa na bola esquecendo da bondade, falando apenas em verdades???
é natural, afinal somos humanos.
 
quem é q não fala demais de vez em quando?
quem é que não pisa na bola esquecendo da bondade, falando apenas em verdades???
é natural, afinal somos humanos.
 
Hum.. o Deko sempre me dizia para vir.. e acabava que eu nem vinha.. e hoje vim.
Eu sou mãe.. e entendo o que vc falou, e entendo sua amiga tb. Vivem perguntando se eu e ridow queremos mais.. eu respondo MAIS NENHUM...
De qq forma, amigas sempre tem certa "licença poética" ainda mais quando é para se desculparem..
Que bom que sua amiga pareceu entender!
obs: sem termos intimidade e sem vc jamais ter me perguntado nada parecido; ai vai um conselho, que se fosse bom era vendido e não dado: tenha filhos quando vcs decirem ter e os planejem com muito amor.. pois filho é bom sim.. maravilhoso.. mas dura MUITO!
Beijos
 
continuo dizendo que o texto foi perfeito...beijos
 
Eh por essas e outras que eu resolvi mudar de ares. Rs.

Bjuz!
 
no fim das contas o saldo foi positivo.
dois leitores;
desculpas aceitas;
dois belos posts.

ps: sobre seu comentário no meu blog, aviso:
muito cuidado! los hermanos vicia!

beijão.
 
oiieeee
muito legal seu blog
parabens
 
Voltei um pouquinho lá no Blog...
Saudades qd vc tá mt ocupada... não gosto tanto...
 
E é por isso que as pessoas citadas no meu blog nem sempre sabem da existência dele!! Bjos, e bom fds!
 
hehehehe, eita, por essa vc não esperava, heimm, dona Tuka...

adorei a sua amiga tirando satisfações, foi engraçado, rs

bjos!!
 
Tuka, leio seu blog... amei o post, também penso assim... ah, e tenho perguntado aqui em Salvador: você já me arranjou o marido para eu ter um filho? Que diabos! As pessoas ainda fazem-de-conta-que-aceitariam-e-achariam-ótimo-eu-ter--um-filho solteira... Nesta sociedade baiana, viriam as pedrinhas depois... tipo brita, que o povo aqui faz de conta que é moderninho... Só paleolíticos. Ainda não preciso de filho...Posso?

P.S.: A crônica permite licença poética sim... sou prof. de literatura. Primeiro, há o poema em prosa, segundo, a crônica literária em geral. Ninguém leu Drummond? Terceiro... que mania humana de não podes! Costumo dizer que pode porque o texto é meu e pronto. Ora. Mas há teoria.
 
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Desde 15 de janeiro de 2002 uma jornalista nonsense escreve desembestada no blog que chama carinhosamente de sua Casa.

Aqui têm besteiras demais, coisas inúteis demais, enfim, tudo o que nem precisava ser dito, muito menos escrito.

Obviamente, qualquer semelhança com a realidade é única e exclusivamente uma opção da autora.

Assim como o direito de escrever
o que bem entender, claro!


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